Apesar de toda a violência exagerada e do humor ácido, The Boys tem como essência retratar uma versão crua e plausível de um mundo dominado por superpoderes. A sátira política e o retrato de uma sociedade corrompida pelo capitalismo funcionam justamente porque a série busca realismo acima de tudo. A mensagem central é clara: “Esse é o nosso mundo — apenas com super-heróis.”
Para sustentar essa proposta, os criadores eliminaram qualquer elemento que parecesse fantasioso demais. O alienígena Jack de Júpiter, presente nos quadrinhos, foi substituído pelo Translúcido, cuja habilidade de se tornar invisível tem uma base biológica. O quartel-general voador dos Sete deu lugar a um arranha-céu corporativo, e o Composto V passou a gerar mutações físicas realistas, em vez de dons que distorcem a realidade.
Mesmo quando debocha abertamente dos clichês dos heróis — de produções derivadas a piadas sobre o Homem-Aranha — The Boys evita propositalmente temas comuns da Marvel e da DC, como viagens no tempo ou multiversos. Essa decisão mantém o foco em algo muito mais inquietante: um mundo que se parece perigosamente com o nosso, só que com deuses corporativos vestindo capas.
Annabeth Moreau é a primeira personagem do universo de The Boys a demonstrar habilidades de precognição — a capacidade de enxergar fragmentos do futuro. Embora já tenham surgido supers com dons mentais, como Mesmer e Cate Dunlap, todos até agora dependiam de interações com outras pessoas. Annabeth, por outro lado, acessa diretamente o fluxo do tempo.
O diferencial de seu poder é que ele não envolve manipulação de mentes ou emoções, mas uma conexão com o próprio tecido da realidade. Suas visões de possíveis futuros introduzem no universo de The Boys algo inédito: a noção de destino, de um tempo que talvez não siga uma linha reta, mas um ciclo onde o amanhã já existe — e ela consegue vislumbrar isso.
Essa nova dimensão coloca a série em território inexplorado. A precognição de Annabeth questiona se ainda há espaço para o livre-arbítrio. Se ela e os outros jovens da Geração V puderem mudar o curso dos eventos com base em suas visões, será que criam novas linhas do tempo? E se essas alterações apenas confirmarem o que ela viu, formando um paradoxo inevitável?
Com treinamento, Annabeth poderia alcançar uma precisão total e prever o futuro sem margem de erro — o que transformaria The Boys de uma crítica realista ao poder e à corrupção em algo muito mais metafísico. A chegada de uma personagem como ela não é apenas uma novidade, mas uma mudança profunda na própria lógica do universo da série.
Como Annabeth ainda não domina totalmente suas habilidades, The Boys tem a chance de oferecer uma explicação coerente — e que não comprometa a lógica da série. Existe, inclusive, uma saída bastante plausível.
Em vez de realmente enxergar o futuro, Annabeth poderia ter uma combinação de hiperinteligência semelhante à de Sister Sage e percepção sensorial comparável à de Tek Knight. Suas chamadas “visões” seriam, na verdade, o resultado de seu cérebro analisando, de forma inconsciente, inúmeros sinais sutis — sons, expressões, mudanças de ambiente — para prever os desfechos mais prováveis.
Imagine, por exemplo, quando Annabeth tem visões da morte de seus pais. Talvez sua mente tenha notado alterações químicas em seu corpo e no de Marie — efeitos de alguma substância experimental — e, ao cruzar esses dados com os padrões de comportamento dos pais, projetou inconscientemente o cenário mais provável: uma tragédia inevitável.
Ou no episódio de Elmira, quando ela parece antecipar o momento exato em que Sam derrubaria a parede. Na prática, seus sentidos podem ter detectado vibrações ou ruídos mínimos, enquanto sua mente calculava o ponto de impacto com base na posição, força e trajetória do invasor.
Sem perceber, Annabeth estaria processando tudo isso em milissegundos, dando a impressão de prever o futuro — quando, na verdade, seu cérebro estaria apenas deduzindo probabilidades com precisão sobre-humana. Essa abordagem manteria o realismo da série, evitando conceitos metafísicos e mantendo seus poderes dentro de um contexto puramente biológico e racional.
Alunos talentosos põem os limites morais à prova, competindo pelo melhor lugar no ranking da universidade e uma chance de se juntar aos Sete, a equipe de elite da Vought. Quando os segredos obscuros da universidade vêm à tona, eles devem decidir que tipo de heróis querem ser.
Temporadas: 2 | Episódios: 16
Jaz SinclairMarie Moreau
Lizze BroadwayEmma Meyer / Little Cricket
Maddie PhillipsCate Dunlap
London ThorJordan Li
Derek LuhJordan Li
Asa GermannSam Riordan
Sean Patrick ThomasPolarity
Hamish LinklaterCipher
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